Setembro é o mês oficial da conscientização da prevenção ao suicídio promovida anualmente no Brasil durante o mês de setembro. Consequentemente, é o mês que mais falamos sobre saúde mental.
O nome “Setembro Amarelo” vem da escolha da cor amarela como símbolo da campanha. Por seu significado de esperança e para chamar a atenção para a causa.
O amarelo também está associado ao trabalho de prevenção do suicídio em várias partes do mundo e à promoção da saúde mental. A ideia é que a cor viva e chamativa ajude a destacar a importância do tema. Além disso, incentivar mais pessoas a se envolverem na causa e a buscar apoio quando necessário.
A iniciativa busca aumentar a visibilidade e o diálogo sobre saúde mental. Além de oferecer apoio e informações sobre como identificar sinais de alerta e incentivar as pessoas a buscar ajuda profissional quando necessário.
Embora saibamos que esse tema deve ser uma pauta constante, ter um mês marcado para promover atividades educativas e eventos, é uma tentativa de reduzirmos o estigma associado às questões de saúde mental e promover o bem-estar emocional.
Que tal aproveitarmos a pauta do mês para pensarmos sobre saúde mental no trabalho?
Sabemos que a saúde mental é crucial para o bem-estar e a produtividade. Por isso, esse tema precisa estar cada vez mais em alta nos ambientes corporativos. Um ambiente saudável impacta diretamente no atingimento das metas e na retenção dos colaboradores.
Quais são os sinais de alerta que devemos ter e as principais causas desse esgotamento mental?
Sentir-se constantemente estressado, com dificuldade em se desconectar do trabalho, baixa motivação e satisfação com as atividades diárias e conflitos frequentes com os colegas e irritação, podem ser sinais desse esgotamento, que pode ser ocasionado pela sobrecarga de trabalho, pela falta de reconhecimento, por um ambiente de trabalho tóxico e falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Por isso, é importante que durante a semana, você crie o hábito de reservar um tempo para avaliar como foram as entregas, como você está se sentindo em relação a elas, quais os problemas e desafios que esteja enfrentando e como o ambiente de trabalho está impactando na sua saúde mental. A partir disso você conseguirá ou deveria tentar, fazer os ajustes necessários para voltar ao equilíbrio.
O esgotamento mental no trabalho, muitas vezes relacionado ao burnout. Sendo assim, pode ser causado por uma combinação de fatores externos e internos. Nos meus atendimento percebo que as causas pessoais, estão diretamente relacionadas à falta de inteligência emocional, dificuldades em conhecer seus valores pessoais e estabelecer limites.
1. Falta de Autoconhecimento
- Desconexão com os Valores Pessoais: Quando uma pessoa não tem clareza sobre seus valores e o que realmente é importante para ela, pode acabar aceitando situações ou demandas que vão contra seus princípios, gerando um desgaste emocional.
- Insegurança sobre suas Habilidades: A falta de confiança em si mesmo pode levar a um estado constante de ansiedade, medo de falhar ou de não ser bom o suficiente, o que contribui para o esgotamento.
2. Dificuldade em Estabelecer Limites
- Dificuldade de Dizer “Não”: Muitas pessoas têm dificuldade em recusar tarefas ou responsabilidades adicionais, mesmo quando já estão sobrecarregadas, por medo de desapontar os outros ou de parecerem incompetentes.
- Equilíbrio Entre via pessoal e profissional: A ausência desse limite pode levar ao trabalho excessivo e à sensação de estar sempre “ligado”, sem tempo para descanso ou recuperação. Sentir que não tem controle sobre o próprio trabalho ou as condições de trabalho pode gerar uma sensação de impotência e desesperança, alimentando o esgotamento.
3. Baixa Inteligência Emocional
- Dificuldade em Gerenciar Emoções: Pessoas com baixa inteligência emocional podem ter dificuldades em reconhecer, entender e gerenciar suas emoções, o que pode resultar em respostas desproporcionais ao estresse, como raiva, frustração ou desânimo constantes.
- Dificuldade com os Relacionamentos Interpessoais: A falta de habilidade para lidar com conflitos, expressar sentimentos ou se comunicar de forma assertiva pode gerar ambientes de trabalho tóxicos, aumentando o estresse e o esgotamento.
4. Perfeccionismo e Auto exigência
- Busca por Aprovação Constante: A necessidade de ser perfeito ou de agradar a todos pode levar a uma pressão interna insustentável, resultando em exaustão mental. Afinal, quando a pessoa depende exclusivamente do reconhecimento externo para se sentir realizada, pode se desgastar emocionalmente quando esse reconhecimento não vem ou é insuficiente.
- Medo de Errar: O perfeccionismo pode criar uma aversão ao erro. Dessa forma, aumenta a ansiedade e o estresse ao lidar com desafios ou falhas inevitáveis.
5. Má Gestão do Tempo
- Não estabelecer Prioridades: Quando uma pessoa não sabe identificar suas prioridades ou gerenciar seu tempo de acordo com suas capacidades, ela pode acabar assumindo mais atividades do que deveria, levando ao esgotamento pela sobrecarga ou pelo tempo excessivo em que passa trabalhando para conseguir entregar.
- Ausência de Pausas e Autocuidado: A falta de pausas regulares e de práticas de autocuidado pode impedir a recuperação emocional e mental, acumulando estresse ao longo do tempo. Algumas pessoas acreditam não ser necessário esse tempo de lazer, ou então até tentam descansar, mas por estarem tão ansiosas com as entregas, não conseguem se desligar.
Estabelecer limites claros, buscar apoio, técnicas de relaxamento e manter uma rotina equilibrada, são fundamentais para o seu bem-estar no trabalho.
Se você tem um papel de liderança, procure ter uma comunicação aberta com seu time. Além disso, ofereça suporte e feedbacks construtivos, estimule pausas regulares e busquem maneiras de manter o equilíbrio entre as entregas e o descanso.
LEMBRE-SE: Não hesite em procurar ajuda profissional se estiver enfrentando dificuldades emocionais. Seu bem-estar é fundamental!